segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fim-de-semana nº 2

Libertei-me na 5ª feira à noite, em frente a uma caneca de Quilmes fresquinha, depois de 3 horas de conversa com o Lucas sobre o mundo, os nossos mundos, da preguiça que me invadiu esta semana! Nao que me arrependa, na verdade fazia outra vez a mesma coisa...há muito tempo que nao tinha tempo nem descanso para tardes e noites de leitura descansada e sestas! Mas já bastava!

Na sexta saí directa do orfanato com a Marina a Tresa e o Palmer para o terminal de autocarros para seguir para O Festival de Doma e Folklore em Jesus Maria, e quase nao chegámos a tempo...consequÊncias de apanhar os whatever bus...chega-se, mas nunca se sabe muito bem por onde nem que tempo se leva...Agora jà sei que o N5 para o centro nao pode ser!

Confesso que achei que iamos ficar mais tempo por lá, mas de qualquer maneira foi bom para conviver outros voluntários que ainda nao conhecia (ainda que a maior parte esteja para ir embora nos proximmos tempos, e que no fim acabei por estar mais com a Carole e a Celia, para variar!) e entrar em contacto com a cultura gaucha, que nao está presente em Córdoba! Adorei as Tropijas, em que conseguem, com uma égua guia reunir todos os cavalos que lhes pertencem no meio de centenas de outros, mas a Doma em si só me dá pena dos cavalos selvagens...é violentíssimo! Vê-los a saltar daquela maneira, quase a rebolar no chao a tentarem ver-se livres daquele idiota que insite em manter-se em cima deles...
Os gauchos podem ficar extremamente sexy ou extremamente ridiculos com os seus fatos tradicionais, consoante a cara que tenham...aquelas boinas para o lado nao favorecem qualquer um!

O sábado foi uma surpresa...eu e a Célia comçámos por ir investigar os preços do treking e do parapente nas Sierras Chicas e seguimos para explorar o Parque Sarmiento, que acabou por ser muito maior que estávamos à espera! A juntar a isso a Coca-cola rápida que iamos beber na esplanada só para refrescar dos 38º que estavam transformou-se em 2 horas de conversa e um atraso de 30 minutos com a Carole no mercado...que me deslumbrou outra vez! Desta vez fomos mais tarde e ficámos até à noite pelo Barrio Güemes, descobrimos ainda mais patios interiores escondidos, com cafezinhos e restaurantes, respira uma atmosfera de contemporaniedade mas com edificios e espirito tradicional!
Fomos a casa da Carole beber um Mate, que é todo um ritual (no qual ela está viciada!), e seguimos para jantar e ver um espectaculo de Tango!
Confesso que já tinha saudades de ir jantar fora...e comi um peixinho, que já nao via desde que vim de Portugal, e bebemos vinho de Mendonza, que para o preço era fantástico (aliás tudo aqui é fantástico para o preço que tem!)!
O espectáculo teve menos dança que estava é espera, mas em compensaçao toda a parte cantada foi uma surpresa...Adorei! E fez-me lembrar muito Fado, o que pode gerar algumas duvidas e ja deu azo a uma discussao de ideias, mas acho que tem a ver com o conceito errado que temos do que é o tango e o que sao as milongas...descobri isso em conversa com a Maria mas vou investigar e depois partilho! O que interessa é que adorei...saimos as 3 com o sorriso idiota mas fantástico que já começa caracterizar estes sábados de descoberta!

Ontem, domingo, fui com a Célia até Alta Gracia para nos iniciarmos nas povoaçoes circundantes...decidimos começar por Alta Gracia que tem a estancia Jesuita mais completa, das várias que sao patrimonio da humanidade desta zona, e a casa onde morou o Che Guevara em criança! Normalmente nao sou muito destas coisas, parecem-me sempre aproveitamentos demasiado turisticos da vida destas pessoas, mas o museu até está bem conseguido e explora mais a infancia e adolescência do "Ernestito" e é bom para perceber um pouco o seu crescimento até se tornar quem foi...nao se dao a grandes exaltaçoes da personagem do "Che"... foi engraçado conhecer este lado mais familiar...inspirador até, quando falava das viagens que fez pela América do Sul! E tinha curiosidades interessantes, como artigos que publicou em revistas de Alergologia! É um lado que esquecemos!
Voltamos à noite estoiradas, poeirentas, suadas, mas inspiradas e felizes!

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