segunda-feira, 18 de abril de 2011

O meu bairro

Mudámo-nos no dia 1 de Abril. Queríamos tanto cá ficar que viémos sem nada...só a roupa para o dia seguinte, os lençóis e toalhas e as escovas de dentes. Eu já tinha jantado, mas o Nuno trazia uma travessa de comida. Só quando se sentou para a comer nos apercebemos que não tínhamos talheres. Valeu a mercearia em frente à porta. Fomos a pensar em comprar talheres de plástico e voltámos com um "Então bem vindos ao bairro!" e um garfo a sério emprestado. "Amanhã depois vem cá entregar".

A vizinha de cima é ligeiramente louca...grita pela janela para as pessoas da rua, que conhece todas, passeia com a cadela enquanto vai dar comida aos gatos, sempre de leggings com florzinhas e galochas e fala para o Charlie através da porta sempre que ele vai para lá cheirar quando ela passa.


Os turistas que ficam na "Lavra guest house" e muitos outros passeiam-se por aqui. Entre o elevador do Lavra, o Jardim do Torel e esta rua (a minha) veêm-se sorridentes, ainda que ofegantes (como eu sempre que chego a casa).


Não conhecia esta zona, confesso, mas entre o Sr. da mercearia que nos empresta o chapéu de chuva, a proximidade da Baixa e do Bairro Alto, o linda que é a casa (apesar das escadas do prédio prestes a cair) e o privilégio de ir passear o Charlie com esta vista, estou rendida!

sábado, 9 de abril de 2011

Lisboa e o Turismo

Uma das minha resoluções pós-viagem foi dedicar-me a sério a outras coisas que não a Medicina Dentária. Com isso em mente tenho passado algum tempo a fazer um curso de escrita de viagem on-line no qual já me tinha inscrito há algum tempo.

Numa pesquisa de possíveis mercados, para o trabalho do capítulo corrente, deparei-me com este post, que referenciava para este artigo.

Pareceu-me interessante a reflexão sobre a passada influência Portuguesa no mundo e como isso ainda se nota, no primeiro. No segundo gostei particularmente do paralelo entre a "Lisboa antiga" e a " Lisboa contemporânea" e a maneira como as duas se integram harmoniosamente, num sinal de mudança da aparente imutabilidade observada num passado não tão longínquo.Lisboa pode ter demorado a "acordar" e a valorizar-se, mas quando o fez seguiu o caminho certo.

Dei-me conta disso pouco tempo antes de ter partido para a Argentina, e durante este ano tive saudades desta Lisboa que ainda não conhecia totalmente, mas que já sentia como minha. Agora, ao (re)descobri-la por mim e ao perceber como é louvada por quantos cá passam é com um misto de orgulho e apreensão que começo a escrever para a descrever para os outros.

É que,se a quero mostrar, também quero que se mantenha fiel a si mesma, e esse é um equilíbrio difícil de conseguir quando se fala em turismo.

Tenho esperança que a teimosia que a tem caracterizado mantenha os braços da balança nivelados.