quarta-feira, 20 de julho de 2011

Célia e as palavras

Pediram-me que começasse um texto com a frase: Escrevi a palavra caleidoscópio e...

Quase sem pensar, foi isto que saiu:

Escrevi a palavra caleidoscópio e lembrei-me dada praça onde os vendiam. Aquela em Córdoba no Paseo de las Artes; lembras-te? Ficaste doida com as cores e os barulhos das pedrinhas, os teus caracóis indomáveis a saltitar.

Fomos lá no nosso primeiro fim-de-semana, ainda sem conhecer nada da cidade...sem conhecer quase nada uma da outra. Espreitámos os caleidoscópios, resistindo a levá-los, os couros, os mates que ainda não conhecíamos ( a Carole sim, lembras-te como andava com o livrinho das instrucções para todo o lado?), os brincos, que não resistimos a levar.

E no fim, contentes porque o mercado estava aberto até à noite e ficava lindo com os candeeiros amarelos, já conhecíamos um bocadinho mais a cidade, e um bocadinho mais de nós.

domingo, 17 de julho de 2011

É mais fácil dizer que não

Isto de saber quem somos e o que queremos fazer devia melhorar com a idade. Era o que pensava quando era criança, e depois adolescente, enquanto entrava em pânico com as escolhas para a entrada para a faculdade e depois quando comecei a trabalhar. Mas não. Talvez o problema seja só meu, mas vejo tanta gente há minha volta que diz que gosta do que faz e tal, mas depois a única coisa que fazem é queixar-se que o dia não acaba, que duvido.

Eu ainda não estou completamente segura do que quero fazer daqui para a frente e se calhar não tenho que estar. Provavelmente nem sequer vou fazer só uma coisa daqui para a frente, mas tenho que me ir sentindo bem com o que quer que seja que escolha no momento. Por enquanto, ainda não sei bem o que isso vai ser, mas sei bem o que não quero, e isso já é um começo:

1) Não me quero resignar.
Este é, provavelmente o resumo de todos os outros pontos. Não me quero contentar com o que quer que tenha/faça por medo de não conseguir melhor, por falta de coragem para remar contra a maré ou por me manter num estado perpétuo de indecisão.

2) Não quero optar por um sofá ou um carro ou um bibelot que seja, a uma viagem.
Não quero nunca optar pelo material em detrimento do emocional. E uma viagem pode ser um fim-de-semana em amigos, um piquenique, uma descoberta.

3) Não quero discutir a vida dos outros, a não ser que seja directamente com esses outros, que sejam importantes para mim.

4) Não quero cair em rotinas, e não quero desculpar-me se isso acontecer.

5) Não quero deixar de aprender a ser uma pessoa melhor.

6) Não quero parar de alargar os meus horizontes intelectuais.

7) Não quero desaprender de saber estar sozinha e em paz.

8) Não quero deixar de conhecer pessoas novas
, mas também não quero que isso condicione o meu relacionamento com as "pessoas antigas".

9) Não quero voltar a viajar "empacotada", sem entrar realmente em contacto com a cultura local

10) Não quero arranjar desculpas para o que não faço e queria fazer.

Não vou fingir que é facil manter estas "regras", e de certeza que, num momento ou outro vou quebrar algumas delas...é tão mais fácil! Mas sei que se me mantiver fiel a elas,e consequentemente a mim mesma, lá chegarei onde quer que tenha de estar. Por enquanto, sigo no caminho da descoberta.