Isto de saber quem somos e o que queremos fazer devia melhorar com a idade. Era o que pensava quando era criança, e depois adolescente, enquanto entrava em pânico com as escolhas para a entrada para a faculdade e depois quando comecei a trabalhar. Mas não. Talvez o problema seja só meu, mas vejo tanta gente há minha volta que diz que gosta do que faz e tal, mas depois a única coisa que fazem é queixar-se que o dia não acaba, que duvido.
Eu ainda não estou completamente segura do que quero fazer daqui para a frente e se calhar não tenho que estar. Provavelmente nem sequer vou fazer só uma coisa daqui para a frente, mas tenho que me ir sentindo bem com o que quer que seja que escolha no momento. Por enquanto, ainda não sei bem o que isso vai ser, mas sei bem o que não quero, e isso já é um começo:
1) Não me quero resignar.
Este é, provavelmente o resumo de todos os outros pontos. Não me quero contentar com o que quer que tenha/faça por medo de não conseguir melhor, por falta de coragem para remar contra a maré ou por me manter num estado perpétuo de indecisão.
2) Não quero optar por um sofá ou um carro ou um bibelot que seja, a uma viagem.
Não quero nunca optar pelo material em detrimento do emocional. E uma viagem pode ser um fim-de-semana em amigos, um piquenique, uma descoberta.
3) Não quero discutir a vida dos outros, a não ser que seja directamente com esses outros, que sejam importantes para mim.
4) Não quero cair em rotinas, e não quero desculpar-me se isso acontecer.
5) Não quero deixar de aprender a ser uma pessoa melhor.
6) Não quero parar de alargar os meus horizontes intelectuais.
7) Não quero desaprender de saber estar sozinha e em paz.
8) Não quero deixar de conhecer pessoas novas, mas também não quero que isso condicione o meu relacionamento com as "pessoas antigas".
9) Não quero voltar a viajar "empacotada", sem entrar realmente em contacto com a cultura local
10) Não quero arranjar desculpas para o que não faço e queria fazer.
Não vou fingir que é facil manter estas "regras", e de certeza que, num momento ou outro vou quebrar algumas delas...é tão mais fácil! Mas sei que se me mantiver fiel a elas,e consequentemente a mim mesma, lá chegarei onde quer que tenha de estar. Por enquanto, sigo no caminho da descoberta.
UAU! Gostei imenso, conseguiste exprimir muito bem aquilo que eu próprio sinto em relação à vida. Para mim a vida é uma escola e o importante é a aprendizagem. Estagnar e resignar ao material e à rotina não ensina nada.
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