Eram 4.30. O trabalho estava terminado e tinham-me levado até à praça S. Martin. Estava calor e não me apetecia ir para casa. Passei em frente ao Cabildo Histórico e a recordação dos claustros brancos e frescos levou-me a entrar. Deparei-me com isto.
Segui então estas pegadas e surpreendi-me com a presença de comunidades imigrantes de países tão distintos. Eu sabia que a Argentina foi um país de acolhimento para muitos Europeus durante a 2ª guerra mundial, mas Coreia? Japão?
Tive pena de não poder ficar para o documentário "Los Cubanos" seguido de degustação de mojitos e charutos, mas quero voltar para as actividades organizadas para as outras comunidades.
Deixei-me ficar mais um pouco, as fotos da mostra Ciudades (in)visibles prendem-me o olhar, mas pedem-me mais atenção. Tomo nota da instituição responsávele prometo voltar com mais tempo.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
De volta a Cordoba
Talvez tenha sido porque já sei que me vou embora.
Talvez como uma forma inconsciente de me proteger, ou talvez porque me deixei acomodar sem dar por isso. O certo é que já há algumas semanas que não me procurava em Cordoba, que não a aproveitava, que não a deixava mostrar-se. E se não pensava muito nisso conscientemente, vejo agora que alguma coisa me pesava. Um desconforto quase imperceptível, como um zumbido nos ouvidos que só nos apercebemos que está lá quando desaparece.
E agora que desapareceu dei por ele.
Talvez tenha sido a risada há volta da Bagna Cauda no sábado há noite.
Talvez tenha sido a tarde de Domingo que passou sem dar por isso, estendida na relva, entre mates, fotos e conversas tão inúteis como fascinantes.
Talvez tenha sido a percepção da falta que vou sentir do gelado ao domicilio.

A verdade é que voltei à minha Cordoba este fim de semana, e ainda que saiba que o meu tempo aqui acabou, que já retirei dela o que precisava, que está na altura de seguir em frente, foi muito bom reencontrá-la!
Talvez como uma forma inconsciente de me proteger, ou talvez porque me deixei acomodar sem dar por isso. O certo é que já há algumas semanas que não me procurava em Cordoba, que não a aproveitava, que não a deixava mostrar-se. E se não pensava muito nisso conscientemente, vejo agora que alguma coisa me pesava. Um desconforto quase imperceptível, como um zumbido nos ouvidos que só nos apercebemos que está lá quando desaparece.
E agora que desapareceu dei por ele.
Talvez tenha sido a risada há volta da Bagna Cauda no sábado há noite.
Talvez tenha sido a tarde de Domingo que passou sem dar por isso, estendida na relva, entre mates, fotos e conversas tão inúteis como fascinantes.
Talvez tenha sido a percepção da falta que vou sentir do gelado ao domicilio.
A verdade é que voltei à minha Cordoba este fim de semana, e ainda que saiba que o meu tempo aqui acabou, que já retirei dela o que precisava, que está na altura de seguir em frente, foi muito bom reencontrá-la!
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
O que segue
Depois da decisão tomada sinto-me quase estúpida por ter hesitado tanto. Claro que pensar à posteriori é sempre mais fácil que escolher, e que a decisão tomada tem já a reflexão feita e por isso parece mais simples que na realidade foi. Infelizmente raramente temos a hipótese ideal, aquela que nos permite não ter de abdicar de nada. Assim, é uma questão de decidir o que queremos deixar passar.
4 dias, algumas lágrimas e noites mal dormidas mais tarde parece que me tiraram um peso de cima. Se uma decisão me fazia chorar e a outra me deixa aliviada, qualquer remanescente de dúvida que pudesse ter desaparece.
As pessoas que temos na nossa vida e a maneira como nos relacionamos com elas também definem aquilo que somos e eu, neste momento, preciso da minha outra metade não para ser uma, mas para ser os dois que fazem sentido. Para além disso, apesar de todas as incertezas quanto ao caminho a seguir quando lá, tenho saudades de Portugal e dos meus.
Foi preciso vir até aqui para sentir a falta que fazem, apesar de todas as suas faltas (e fazia-o as vezes que fosse preciso) mas está (quase) na hora de voltar. Quero viajar muito e muitas vezes, mas preciso das minha raízes no seu lugar.
Assim, disse que não a 6 meses nas Fiji ( e com a confusão a qualquer hipótese de um projecto futuro com esta empresa) e começo a planear a minha aventura de 3 meses pela América Latina! E não consigo deixar de sorrir!
4 dias, algumas lágrimas e noites mal dormidas mais tarde parece que me tiraram um peso de cima. Se uma decisão me fazia chorar e a outra me deixa aliviada, qualquer remanescente de dúvida que pudesse ter desaparece.
As pessoas que temos na nossa vida e a maneira como nos relacionamos com elas também definem aquilo que somos e eu, neste momento, preciso da minha outra metade não para ser uma, mas para ser os dois que fazem sentido. Para além disso, apesar de todas as incertezas quanto ao caminho a seguir quando lá, tenho saudades de Portugal e dos meus.
Foi preciso vir até aqui para sentir a falta que fazem, apesar de todas as suas faltas (e fazia-o as vezes que fosse preciso) mas está (quase) na hora de voltar. Quero viajar muito e muitas vezes, mas preciso das minha raízes no seu lugar.
Assim, disse que não a 6 meses nas Fiji ( e com a confusão a qualquer hipótese de um projecto futuro com esta empresa) e começo a planear a minha aventura de 3 meses pela América Latina! E não consigo deixar de sorrir!
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Porquês
No meio das várias questoes que me ponho a mim mesma nos últimos tempo poucas têm a ver com o Agora. Penso no que fazer depois, no onde será o depois, no que será o depois, mas poucas vezes penso no que estou a fazer agora.
Muitas vezes porque me limito a experienciá-lo, outras porque me irrito com projectos que nao fazem muito sentido na minha cabeça e algumas vezes também por medo que, se pensar muito nisso, possa chegar à conclusao que isto nao faz sentido...
Mas no outro dia, depois de apresentar uma voluntária no orfanato onde ia trabalhar e de ver a reacçao das miudas à sua chegada e falar com a directora acerca de experiências passadas deixei-me reflectir sobre a verdadeira utilidade de um voluntário extrangeiro num orfanato, ou numa escola.
Ao contrário do que a maioria das pessoas aparenta pensar, nao é o par extra de maos ou a possível ajuda monetária que estes possam trazer. Para isso, e como defendem os opositores ao chamado "volunturismo" seria sempre mais práctico e barato contar com pessoas do próprio país. O que este tipo de experiência traz a estas crianças é a possibilidade de entrarem em contacto com uma realidade e culturas que, caso contrário, nunca teriam a possibilidade de conhecer.
É completamente diferente para um miudo de 14 anos, que, por toda a história de vida que já carrega, se está positivamente marimbando para o que lhe ensinam na escola, saber que a Alemanha é aquele pontinho no mapa que lhe mostram, ou saber que é o país onde nasceu o Hans que vinha jogar com ele à bola e que lhe contava histórias dos amigos e da familia.
Fazê-los relacionar o mundo lá fora com pessoas reais aguça-lhes a curiosidade, fa-los querer saber mais. Para além disso dá-lhes a conhecer uma vontade de aprender que normalmente nao têm.
A estrutura familar onde cresceram nunca lhes transmitiu a importância de estudar seja para conseguir um bom trabalho, boas oportunidades de vida,seja pela vontade do saber. E, porque se sentem diferentes tendem a dar-se com crianças com as mesmas ideias. Ao entrar em contacto com alguém que lhes desperta a curiosidade pela diferença poderao apreender de uma maneira nao impositiva, e por isso mais eficiente, o gosto pelo conhecimento.
Se idolatram a Tina porque é alta e loura e parece uma actriz de cinema, mas está ali com elas a jogar à macaca ou a pintar-lhes as unhas e ela lhes diz que está a acabar o liceu e que quer ir para a Universidade muitas vao querer imitá-la.E quando ela lhes conta que vem da Holanda e lhes mostra fotos mais dificilmente se vao esquecer de onde fica.
Para além disto, também na vida do voluntário existe um impacto com este intercâmbio de experiências. A grande maioria sao jovens de 18 anos, e o choque cultural, quando bem encaixado, permite-lhes apender a lidar com a diferença, torma-os mais humildes e conscientes da sorte que têm.
Por isso continuo a defender este tipo de projectos e empresas. É verdade que pensar que se pode fazer dinheiro disto retira parte do encanto, mas isso nao invalida o mérito e o efeito positivo que eles têm para quem os faz e quem os recebe.
Muitas vezes porque me limito a experienciá-lo, outras porque me irrito com projectos que nao fazem muito sentido na minha cabeça e algumas vezes também por medo que, se pensar muito nisso, possa chegar à conclusao que isto nao faz sentido...
Mas no outro dia, depois de apresentar uma voluntária no orfanato onde ia trabalhar e de ver a reacçao das miudas à sua chegada e falar com a directora acerca de experiências passadas deixei-me reflectir sobre a verdadeira utilidade de um voluntário extrangeiro num orfanato, ou numa escola.
Ao contrário do que a maioria das pessoas aparenta pensar, nao é o par extra de maos ou a possível ajuda monetária que estes possam trazer. Para isso, e como defendem os opositores ao chamado "volunturismo" seria sempre mais práctico e barato contar com pessoas do próprio país. O que este tipo de experiência traz a estas crianças é a possibilidade de entrarem em contacto com uma realidade e culturas que, caso contrário, nunca teriam a possibilidade de conhecer.
É completamente diferente para um miudo de 14 anos, que, por toda a história de vida que já carrega, se está positivamente marimbando para o que lhe ensinam na escola, saber que a Alemanha é aquele pontinho no mapa que lhe mostram, ou saber que é o país onde nasceu o Hans que vinha jogar com ele à bola e que lhe contava histórias dos amigos e da familia.
Fazê-los relacionar o mundo lá fora com pessoas reais aguça-lhes a curiosidade, fa-los querer saber mais. Para além disso dá-lhes a conhecer uma vontade de aprender que normalmente nao têm.
A estrutura familar onde cresceram nunca lhes transmitiu a importância de estudar seja para conseguir um bom trabalho, boas oportunidades de vida,seja pela vontade do saber. E, porque se sentem diferentes tendem a dar-se com crianças com as mesmas ideias. Ao entrar em contacto com alguém que lhes desperta a curiosidade pela diferença poderao apreender de uma maneira nao impositiva, e por isso mais eficiente, o gosto pelo conhecimento.
Se idolatram a Tina porque é alta e loura e parece uma actriz de cinema, mas está ali com elas a jogar à macaca ou a pintar-lhes as unhas e ela lhes diz que está a acabar o liceu e que quer ir para a Universidade muitas vao querer imitá-la.E quando ela lhes conta que vem da Holanda e lhes mostra fotos mais dificilmente se vao esquecer de onde fica.
Para além disto, também na vida do voluntário existe um impacto com este intercâmbio de experiências. A grande maioria sao jovens de 18 anos, e o choque cultural, quando bem encaixado, permite-lhes apender a lidar com a diferença, torma-os mais humildes e conscientes da sorte que têm.
Por isso continuo a defender este tipo de projectos e empresas. É verdade que pensar que se pode fazer dinheiro disto retira parte do encanto, mas isso nao invalida o mérito e o efeito positivo que eles têm para quem os faz e quem os recebe.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Córdoba a 2
Ao caminhar abraçada pelas ruas que já trato como minhas e escolher o que são os meus sitios preferidos apercebo-me que realmente já me sinto em casa!
Apesar do frio de rachar que fez este fim de semana, das incertezas que não deixam de me assaltar, dos dias em que não podia apanhar o Intercórdoba nem mais uma vez, dos outros em que me apetece saltar ao pescoço de algum médico mais despreocupado ou de um voluntário mais irritante, não trocava este momento de minha vida por nada.
O aqui e agora é bom de mais para pensar no depois...por enquanto!
Apesar do frio de rachar que fez este fim de semana, das incertezas que não deixam de me assaltar, dos dias em que não podia apanhar o Intercórdoba nem mais uma vez, dos outros em que me apetece saltar ao pescoço de algum médico mais despreocupado ou de um voluntário mais irritante, não trocava este momento de minha vida por nada.
O aqui e agora é bom de mais para pensar no depois...por enquanto!
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Da amizade
Salvaguardando todas as lamechices e lugares comuns, quando estamos longe apercebemo-nos de maneira diferente do quanto damos valor à amizade e áqueles que nos rodeiam.
Isto serve quer para a realizaçao de que há pessoas de quem nos mantemos próximas independentemente da distância ou, pelo contrário, de que há pessoas que julgávamos mais próximas que realmente sao. E acontece também que, de repente, nos damos conta que há ainda outras pessoas que acabámos de conhecer e que sentimos como se fossem amigos de toda a vida...
Aconteceu-me há 15 anos na Serra da Estrela, o ano passado em Amsterdao e agora em Córdoba...e sinto que vao estar comigo sempre, independentemente de onde me localize geográficamente... Junto a alguns outros com quem tudo foi mais gradual mas nem por isso menos importante!
( o outro site era filipachatillon.matadoru.com, desculpem o erro!)
Isto serve quer para a realizaçao de que há pessoas de quem nos mantemos próximas independentemente da distância ou, pelo contrário, de que há pessoas que julgávamos mais próximas que realmente sao. E acontece também que, de repente, nos damos conta que há ainda outras pessoas que acabámos de conhecer e que sentimos como se fossem amigos de toda a vida...
Aconteceu-me há 15 anos na Serra da Estrela, o ano passado em Amsterdao e agora em Córdoba...e sinto que vao estar comigo sempre, independentemente de onde me localize geográficamente... Junto a alguns outros com quem tudo foi mais gradual mas nem por isso menos importante!
( o outro site era filipachatillon.matadoru.com, desculpem o erro!)
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Updates
Ainda nao tenho internet em casa..falta de tempo e paciencia para tratar disso!
Isto para justificar a falta de actualizaçoes. A verdade é que últimamente a falta de noticias sao boas noticias! A vida flui quase sem esforço por aqui e os programas surgem naturalmente. Finalmente voltei há ideia que tinha do dia-a-dia por estas bandas. Com pessoas novas, que imediatamente me fizeram sentir bem vinda e querida e que sinto conhecer há muito mais tempo que na realidade conheço.
Já fiz uma mini-viagem ao Noroeste Argentino, que me deixou boquiaberta e com muita vontade de voltar e descobrir mais. O potencial deste país é imenso!
Tenho escrito algumas coisas em Inglês para um curso que estou a fazer, e depois dá-me preguiça de o repetir em Português, mas se quiserem espreitar aqui fica. Comentários/Críticas agradecem-se!
filipachatillon.matadoru.com
Quando tiver ligaçao em casa e puder estar tranquila prometo actualizar e (tentar) inovar por aqui!
Isto para justificar a falta de actualizaçoes. A verdade é que últimamente a falta de noticias sao boas noticias! A vida flui quase sem esforço por aqui e os programas surgem naturalmente. Finalmente voltei há ideia que tinha do dia-a-dia por estas bandas. Com pessoas novas, que imediatamente me fizeram sentir bem vinda e querida e que sinto conhecer há muito mais tempo que na realidade conheço.
Já fiz uma mini-viagem ao Noroeste Argentino, que me deixou boquiaberta e com muita vontade de voltar e descobrir mais. O potencial deste país é imenso!
Tenho escrito algumas coisas em Inglês para um curso que estou a fazer, e depois dá-me preguiça de o repetir em Português, mas se quiserem espreitar aqui fica. Comentários/Críticas agradecem-se!
filipachatillon.matadoru.com
Quando tiver ligaçao em casa e puder estar tranquila prometo actualizar e (tentar) inovar por aqui!
Subscrever:
Mensagens (Atom)